11 de set. de 2010

Projeto para revitalização de São Paulo

Fecomercio desenvolve projeto para revitalização de São Paulo 
08/set
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) está elaborando um projeto de revitalização para a cidade de São Paulo, que deverá contar com a participação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Faculdade de Arquitetura Mackenzie, Faculdade Belas Artes e da Rede Social do Senac. O projeto, indicando ações e intervenções pontuais na cidade, está sendo coordenado pelo Conselho de Desenvolvimento das Cidades da Fecomercio, que busca estabelecer uma visão sobre o futuro da cidade. Uma vez concluído o projeto, ele deverá ser apresentado como uma forma de orientação para o Poder Público Municipal.

O objetivo é contribuir para que São Paulo se torne uma metrópole global de fato, uma vez que, apesar de seus inúmeros problemas, é uma das poucas cidades do hemisfério sul com condições de atingir essa qualificação. A iniciativa da Fecomercio leva em conta também o desejo de dotar, não só a capital paulista, mas as outras cidades brasileiras, das condições para aproveitarem em sua plenitude os benefícios da realização no Brasil da Copa do Mundo de Futebol, em 2014.

O presidente do Conselho de Desenvolvimento das Cidades da Fecomercio, Josef Barat, lembra que uma Copa do Mundo de futebol permite uma visibilidade dez vez superior do que uma Olimpíada, um indicador que por si só justifica as ações para desenvolver um planejamento integrado, a fim de que o Brasil possa obter o máximo de benefícios desse acontecimento esportivo.

Para que isso ocorra, todos os segmentos que compõem a sociedade devem se preparar. Segundo Josef Barat, a revitalização de São Paulo hoje de fato parece inconcebível, por isso é necessária uma reflexão sobre o futuro, que envolverá a consolidação de uma visão multidisciplinar. Ele acrescenta que são necessárias muitas intervenções na cidade, mas tão importantes como elas é a conscientização da população de que devem e podem participar desse processo.

Em relação à Copa do Mundo, Josef Barat observa que o evento deverá atrair uma quantidade consideravelmente grande de turistas e divisas para o Brasil, mas que o país precisa investir em infra-estrutura e na capacitação das pessoas, já que um turista comum ou o jornalista estrangeiro que vier cobrir o evento não será um bom propagador de nossas qualidades se encontrarem aqui desorganização e mau atendimento. Isso vale para as autoridades, os gerentes de hotéis, restaurantes e outros profissionais como garçons e taxistas, por exemplo. Daí o envolvimento da Rede Social do Senac na preparação da mão-de-obra responsável para receber os visitantes.

De acordo com Josef Barat, esse planejamento hoje é possível, entre outros motivos, porque o país conta atualmente com um bônus demográfico, em razão de uma menor taxa de natalidade. O crescimento mais ordenado torna menos difícil qualquer plano de ação.

Numa edição recente da revista Conselhos, da própria Fecomercio, Josef Barat escreveu um artigo intitulado “A reinvenção da Grande São Paulo”, onde destaca que a industrialização acelerada promoveu forte concentração demográfica e econômica em torno da cidade, formando-se uma complexa região metropolitana.

Reinventar a região metropolitana da Grande São Paulo, segundo Josef Barat, significa colocá-la na linha de frente das iniciativas que objetivem: a competitividade regional, o apoio à reconversão da economia regional, a criação e a difusão de conhecimentos e a redução dos desequilíbrios sociais.

“Um movimento no sentido de fortalecer a cidade e impedir a degradação da periferia, elevando a qualidade de vida e atenuando o desequilíbrio social, estará associado à aspiração paulistana de tornar-se uma metrópole mundial”, assinala o diretor da Fecomercio.

Ele acrescenta que superar obstáculos políticos à formação de uma ‘consciência metropolitana' permitirá que se resgate uma cultura de planejamento, abrangente e participativo, que se tenha instituições adequadas e que se formulem estratégias e políticas inteligentes. “Para isso, é necessário criar mecanismos institucionais estáveis de interlocução entre municípios, Estado e União”, completa Josef Barat.