11 de jan. de 2010

MULHERES INDIAS NA COLONIZAÇÃO DE PITATININGA



Embora haja notícias da existência de mulheres portuguesas na frota de Martim Afonso de Sousa, não foram ainda encontrados registros escritos que garantam tais fatos. O primeiro registro escrito relativo a mulheres portuguesas vindas para o Brasil data de 1550.
Os índios eram a maioria existente, sobretudo os tupis ,tinham um costume: oferecer uma mulher a um estranho que fosse aceito entre eles, ou um marido a uma mulher incorporada à tribo. Com isto, o recém-chegado tornava-se parente por afinidade de todo o grupo, ocupando um papel definido na tribo e participando de todas as suas atividades. Como o valor maior que relacionava todos os membros da tribo era o grupo – a idéia de um indivíduo isolado não fazia sentido para eles –.
Cada navio que aportava deixava uma leva de europeus. Sobreviviam os que casavam com índias, aceitos pelos nativos segundo a praxe de oferecer ao visitante uma mulher da tribo. Numa época de guerras, a absorção dos estrangeiros era vantajosa. Unidos a índias, e aos parentes delas, estes logo se tornaram peças-chave em um sistema de escambo que abrangia não só o pau-brasil, mas também o abastecimento das naus.
Os europeus integrados às tribos comandavam seus parentes homens no corte e no transporte da madeira, faziam as transações e reforçavam o poderio do grupo, proporcionando-lhe instrumentos de ferro. Essas tribos tinham vida muito melhor e os novos membros, posição privilegiada. Como os índios aceitavam a poligamia, os europeus perceberam o quanto isto lhes era favorável e prazeroso. Cada novo casamento vinculava-os a outros parentes dispostos a ajudar no corte da madeira e a partilhar as benesses do escambo. E cada nova mulher era uma alegria para indivíduos criados na mais estrita monogamia.
Não demorou para que esses europeus se adaptassem por completo à nova situação, tornando-se quase índios. Andavam nus, comiam mandioca, aprendiam o nome das árvores, a época certa do plantio, a maneira de caminhar na mata, a língua nativa. E geravam filhos, os primeiros brasileiros: identificados com o pai poderoso, mas herdeiros dos costumes da mãe. Criados no cruzamento da cultura dos ancestrais maternos e das informações do mundo paterno, constituíram a base na qual se assentaria o peso da colonização. Num mundo que concebia o encontro racial pela ótica do domínio, a ocupação do Brasil se faria não só pela guerra, mas também pelo casamento.
Quando os jesuítas aqui chegaram chamaram os mestiços, filhos de Tupinambá com portugueses de mamelucos.
A palavra mameluco deriva do árabe ¨mamluk¨, que eram os filhos dos inimigos derrotados que os árabes levavam para serem criados em suas escolas para depois serem enviados de volta aos seus povos para servirem de administradores dos seus povos em nome dos árabes. Desse modo Mameluco, significa aquele que se passou para outro lado, por interesse pessoal, e que não tem nenhum escrúpulo em utilizar-se até de seus patrícios para seu benefício próprio.
Naqueles idos coloniais, passar-se para o outro lado era essencial para a sobrevivência da colônia luso-brasileira, já que os brancos eram tão poucos e precisavam não somente de mão de obra barata, mas de gente leal a eles, já que o perigo de inimigos externos e internos era muito grande e premente.
Assim as mães eram geralmente mamelucas ou índias.
Fontes:
http://www.historiadobrasil.com.br
http://merciogomes.blogspot.com
Formatação e pesquisa:HRubiales