21 de jan. de 2010

PATEO DO COLLEGIO: 456 anos




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PATEO DO COLLEGIO (Grafia original)
1554
A primeira habitação construída pelos jesuítas em 1554 e concluída no final de 1556. Era uma cabana construída pelos índios, de pau a pique, isto é, uma armação de paus e cipós, preenchidas com barro socado . Conforme descrição do próprio Anchieta, a mesma media 14 passos craveiros de comprimento por 10 de largura, (passo craveiro era uma medida linear portuguesa). Essa casa serviu de base à Igreja e Colégio durante mais de um ano, a partir de 1554. Localizada no alto da colina de Inhapuambuçú (morro que se vê de longe), talvez por princípios doutrinários de que a igreja tem que ficar no alto ou por ser um ponto estratégico como defesa.


1566
Nesse ano aconteceu a primeira ampliação e a construção original recebeu oito cubículos para servir de residência aos jesuítas. Era o segundo colégio.
1585
Em 1585 foi construído o terceiro colégio.
1640 a 1653
Em 1640 os jesuítas foram expulsos devido a disputa entre colonos e índios. Só voltaram em 1653, período este que nada foi feito, só encontram ruínas. Um novo conjunto do Colégio foi construído pelos jesuítas, agora de taipa de pilão, melhor do que o pau a pique. A taipa utilizada era feita de barro, terra úmida, folhas, ervas e até sangue de boi e estrume, que eram misturados e socados num pilão. Depois todo esse material era colocado em duas pranchas verticais para que a mistura secasse.

Parede de taipa original
1745
Nesse ano, o colégio teve nova ampliação com uma ala perpendicular do lado direito do edifício principal.
1759
Esse é o ano fatal para os jesuítas. Foram expulsos das colônias de Portugal, agora por decreto do Marquês de Pombal. Os jesuítas só voltariam ao Brasil para recobrar seus direitos de espaço, em 1954, na comemoração do 4º centenário da fundação de S.Paulo, isto é, depois de 195 anos.
1815 a 1817
Nesse meio tempo, o governo se apropriou das terras da Companhia de Jesus e tudo é descaracterizado transformando-se em Palácio dos Governadores entre 1765 e 1908.
Entre 1815 e 1877 nele funcionaram também a Secretaria do Governo e a Assembléia Provincial. Na ala perpendicular estavam instalados o Correio Geral e as repartições fiscais da província de São Paulo. Nessa data foi feita a urbanização do Páteo.
1890
Em 1890 desabou a cimalha do templo de Anchieta e ele foi demolido em 1896, aumentando o espaço publico, que foi todo aproveitado para aumento das dependências do palácio. Antes de desabar tinha sido palco da célebre missa dos domingos ao meio dia, missa chique, freqüentada pela elite da cidade.
Ao lado do palácio passava a linha de bondes á tração animal, da Companhia Viação Paulista, que fazia o itinerário Carmo - Estação da Luz e que foi inaugurada a dois de outubro de 1872.

Sem a igreja que havia desabado
FINAL DO SÉCULO XIX
No final do século XIX, durante o governo de Florêncio de Abreu, o conjunto inteiramente remodelado assumiu feições neoclássicas condignas de sua categoria de sede do executivo. O largo na frente do colégio foi dotado de primorosos jardins e uma fonte. Carvalhos, caramanchões, vendedores de amor perfeito e violeta davam o toque colorido e romântico do lugar. Cantos de pássaros e ruídos urbanos dos bondes e das vozes davam o tom de espaço importante da cidade.
O espaço era franqueado ao público aos domingos que era atraído pelos saudosos concertos (retretas) das bandas de música do Corpo de Bombeiros e da Polícia permanente.
O coreto, bastante amplo e aberto em concha emergia no meio das árvores frondosas.
Pouco antes da entrada do jardim, no ângulo formado pelo largo do Tesouro e o início da ladeira, um artístico chafariz completava o conjunto, amenizando com sua escadaria o pronunciado declive local.
Foi palco de manifestações cívicas, e de concertos musicais.
1912
Em 1912 a residência oficial do governo e a sede do governo foram transferidos para o Palácio dos Campos Elíseos e o prédio ocupado pela Secretaria da Educação. Em 1914 foi feita a reforma da torre e acréscimo da ala lateral.
Lugar nobre de São Paulo, em 1925 ganha para sua maior beleza o monumento à fundação de São Paulo. Obra do italiano Amadeu Zanni em granito e bronze. Consiste em uma coluna encimada pela figura de uma mulher de braços erguidos, simbolizando a glória. No pedestal, baixos-relevos com alegorias à catequese, à primeira missa, à defesa da cidade pelo cacique Tibiriçá e ao encontro dos padres jesuítas com os índios tamoios.
A inscrição diz “Glória imortal aos fundadores de São Paulo”.
Região importante para a administração da cidade, o Largo do Palácio, como era então chamado transformou-se em verdadeiro centro cívico. Aí se achavam lado a lado vários edifícios governamentais. A antiga Secretaria da Fazenda (1886-1891) e a antiga secretaria da Agricultura (1891-1896) remontam a essa época. Ambas de autoria de Ramos de Azevedo “o arquiteto oficial da cidade”,
1953
Demolido o palácio em 1953 permitiu que o espaço fosse devolvido logo no ano seguinte para a Companhia de Jesus que então reconstruiu colégio e igreja, como monumento histórico e o “Páteo do Collégio” readquiriu sua feição primitiva em 1979.
 1979
Em 1979, nos 425 anos da Fundação de São Paulo, o Páteo já tinha sua verdadeira face.
Hoje no páteo há a igreja, o Museu de Anchieta, mas contrabalançando o histórico há as modernidades de um café simpático, uma praça de frente muito bem cuidada com um sino que badala a cada espaço de tempo, uma “praça” no lado de trás que, como alguém me disse, funciona como um oásis neste centro confuso que é hoje o antigo berço de São Paulo.

Atualmente

Fontes
http://vovoneuza.blogspot.com/2009/06/historia-do-pateo-do-collegio.html
pt.wikipedia.org
Formatação e pesquisa:HRubiales