24 de abr. de 2010

ESTAÇÃO DA LUZ


ESTAÇÃO DA LUZ


HISTÓRICO
A Estação foi construída no fim da século XIX com o objetivo de sediar a recém-criada Companhia São Paulo Railway, de origem britânica, assim como de se constituir na parada paulistana de sua linha ferroviária, a qual ia de Santos, no litoral do estado, a Jundiaí, no interior. Nas primeiras décadas do século XX, foi a principal porta de entrada à cidade de São Paulo. Sua maior importância, no entanto, era na condição de infra-estrutura econômica para o país: por ali passava o café a ser exportado no porto de Santos, assim como também ali chegavam bens de consumo e de capital importados que abasteciam a cidade (em uma fase ainda pouco industrializada).
A atual Estação foi construída entre 1895 e 1901, no lugar da original Estação da Luz de 1867. Presumivelmente escolhida em um catálogo inglês pelas autoridades locais, a estrutura metálica de ferro fundido que lhe dá sustentação foi trazida da Inglaterra, por meio de peças pré-moldadas e montada aqui - a alvenaria da estação, no entanto, é de origem local. Seu projeto é atribuído ao engenheiro inglês Henry Driver, sendo similar à Flinders Street Station, uma estação existente em Melbourne, Austrália.
Na década de 1940 a Estação sofreu um incêndio e após a reforma, foi-lhe adicionado um novo pavimento no bloco administrativo. A partir deste período, o transporte ferroviário entrou em um processo de degradação no Brasil, assim como o bairro da Luz, levando a Estação a igualmente degradar-se.
Nas décadas de 90 e 2000 passou por uma série de reformas, uma das quais encabeçada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro Mendes da Rocha - a qual teve como intenção adaptá-la a receber o Museu da Língua Portuguesa.
LEGADO CULTURAL
A estação reflete o momento histórico em que foi construída, evidenciando o poder do café na trajetória de expansão da cidade. Erguida junto ao Jardim da Luz, por décadas a sua torre dominou parte da paisagem central paulistana. O seu relógio era o principal referencial para acerto dos relógios da cidade.
No período de auge da estação (ou seja, nas primeiras décadas do século XX, quando a Luz era uma região de destaque na cidade), a Estação compunha um conjunto arquitetônico que não só era um referencial urbano como efetivamente fazia parte da vida cotidiana do município, constituindo aquilo que pode ser chamado de a "imagem da cidade".
A Estação, vizinha ao Jardim da Luz, compunha com o edifício da Pinacoteca do Estado um marco na definição da região da Luz, marcando os limites dos bairros do Bom Retiro e Campos Elíseos. Além disso, até meados dos anos 70, um terceiro elemento configurava aquele espaço de forma bastante marcante: na perspectiva da Avenida Tiradentes localizava-se, em frente à Pinacoteca, um monumento à figura de Ramos de Azevedo (arquiteto responsável pelo projeto de diversos edifícios importantes naquele período, inclusive o prédio da Pinacoteca). Desta forma, tendo como referência aquele monumento, alguém localizado tanto no Centro Antigo quanto nas regiões mais próximas ao Rio Tietê (para o qual a Avenida Tiradentes se estende) poderia localizar o bairro da Luz e especular a que distância estava da Estação.
Com as obras do metrô de São Paulo, conduzidas na década de 70, o Monumento a Ramos de Azevedo teve de ser removido do local, levando a uma alteração radical da configuração espacial da paisagem original daquele local, assim como a sua percepção cotidiana dos transeuntes do local. Por outro lado, a Estação da Luz ganhou uma certa monumentalidade.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação e Pesquisa: Helio Rubiales

1 - Estação da Luz
2- Jardim da Luz
3- Pinacoteca do Estado
4- Avenida Tiradentes