7 de mai. de 2010

PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO


A Pinacoteca do Estado de São Paulo é um dos mais importantes museus de arte doBrasil. Ocupa um edifício no Jardim da Luz, no centro de São Paulo, projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi para ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios. É o mais antigo museu de arte de São Paulo, fundado em 1905 e regulamentado como museu público estadual desde 1911.
Após a reforma conduzida por Paulo Mendes da Rocha na década de 1990, tornou-se uma das mais dinâmicas instituições culturais do país, integrando-se ao circuito internacional de exposições, promovendo eventos culturais diversos e mantendo um ativa produção bibliográfica. A Pinacoteca também administra o espaço denominado Estação Pinacoteca, instalado no antigo edifício do DOPS, no Bom Retiro, onde mantém exposições de longa e curta duração e o centro de documentação da instituição.
A Pinacoteca do Estado abriga um dos maiores e mais representativos acervos de arte brasileira, com quase oito mil peças abrangendo majoritariamente a história da pintura brasileira dos séculos XIX e XX. Destacam-se também a Coleção Brasiliana, integrada por trabalhos de artistas estrangeiros atuantes no Brasil ou inspirados pela iconografia do país, e a Coleção Nemirovsky, com um expressivo conjunto de obras-primas do Modernismo brasileiro. Também conserva um núcleo de pinturas e esculturas européias, sobretudo francesas e italianas, além do gabinete de obras sobre papel.

HISTÓRIA
As origens da Pinacoteca do Estado remetem à criação do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, instituição privada fundada em 1873 por iniciativa de Leôncio de Carvalho, agregando 131 sócios beneméritos, e inicialmente denominada Sociedade Propagadora da Instrução Popular. Inspirada no positivismo e com o apoio da maçonaria, a instituição passou a ministrar cursos profissionalizantes gratuitos voltados para as artes aplicadas, a lavoura e a indústria, de maneira semelhante ao contemporâneo movimento Arts and Crafts da Inglaterra. Somente na sua primeira década de atividades, o Liceu formaria mais de oitocentos alunos, atestando a forte demanda gerada pelo período de grande expansão econômica e populacional que a cidade atravessava.
Em 1895, o engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo assumiu a direção do Liceu, empreendendo uma reforma ampla que objetivava a futura criação de uma Escola de Belas Artes na capital paulista. Dessa forma, coube à instituição preencher também essa lacuna e, extrapolando a função de formar artesãos, atuou no âmbito do ensino artístico, formando nomes como Hugo Adami, Mário Zanini e Odetto Guersoni.
Em 1897, o governo do estado cedeu ao Liceu um terreno no cruzamento das avenidas Santos Dumont e Tiradentes, dentro da área do Jardim da Luz, para servir de sede à instituição. O projeto ficou a cargo do escritório de Ramos de Azevedo, com a colaboração de Domiziano Rossi. Em estilo monumental e neoclássico, foi parcialmente concluído e inaugurado em 1900, quando começaram a funcionar alguns cursos de instrução artística, além do Ginásio do Estado, que dividiria o espaço com o Liceu até 1924.

A FUNDAÇÃO
A Pinacoteca do Estado foi oficialmente criada em 1905, com o apoio do vereador Maurício de Sampaio Vianna, do engenheiro Adolpho Augusto Pinto e do mecenas e senador José Freitas Valle. Sua implantação definitiva, no entanto, ocorreu algum tempo depois, por iniciativa do então secretário do Interior e da Justiça, Cardoso de Almeida, que requisitou ao Museu Paulista (ou "do Ipiranga") a transferência de 26 quadros para serem expostos em uma sala do Liceu de Artes e Ofícios. As obras eram retratos, paisagens e naturezas-mortas de autores como Almeida Júnior, Antônio Parreiras, Oscar Pereira da Silva, Benedito Calixto, Eliseu Visconti e Pedro Weingärtner, entre outros, que destoavam do perfil histórico do museu do Ipiranga, imbuído de um projeto de consolidação de uma iconografia que refletisse o ideário republicano.
Ramos de Azevedo, declarado também diretor da Pinacoteca, projetou adaptações no terceiro andar do Liceu para abrigar as obras, incluindo a instalação de uma clarabóia retangular. A inauguração ocorreu em 24 de dezembro de 1905, com a presença do presidente do estado, Jorge Tibiriçá, além de Rodrigues Alves, Domício da Gama, José Joaquim Seabra, entre outros membros da elite política e econômica de São Paulo

ARQUITETURA
Após a criação do Liceu de Artes e Ofícios em 1873, os mantenedores da instituição negociam com o governo provincial a doação de um terreno para a escola, ao lado do Jardim Público da Luz – o que ocorre em 1896 -, além da concessão de recursos para a edificação da sede, cujas obras se iniciam em 1897.
O prédio, projetado por Ramos de Azevedo e Domiciano Rossi, seu principal colaborador, tem estilo monumental em forte consonância com os princípios do ecletismo italiano, formado por três pavimentos, com dois pátios internos de modo a garantir ventilação e iluminação. No centro, primeiro piso, localiza-se o saguão central, com altíssimo pé-direito e janelas voltadas para o interior, que prevê uma cúpula, nunca concluída. Na construção foram empregados materiais importados como pinho-de-riga e cerâmica francesa. No projeto, os engenheiros idealizaram a integração entre o edifício e o Jardim da Luz, pelo recurso às varandas laterais e às janelas que dão para o parque. O prédio foi parcialmente inaugurado em 1900, quando começaram a funcionar alguns cursos de instrução primária e artística. O edifício, no entanto, nunca foi concluído, como atestam os tijolos expostos na fachada e nos pátios internos e na ausência da já referida cúpula, que constava do projeto original.

TOMBAMENTO DO PRÉDIO
O tombamento do prédio foi oficializado em 1982, visando à preservação de um dos componentes do conjunto arquitetônico do bairro da Luz, característico da passagem do século XIX para o XX em São Paulo, onde se inserem ainda a Estação da Luz, A Estação Júlio Prestes, o Museu de Arte Sacra de São Paulo, entre outros.
Entre 1993 e 1998, o edifício-sede sofreu uma ampla reforma conduzida pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em conjunto com os arquitetos Weliton Ricoy Torres e Eduardo Argenton Colonelli, da qual resultou um museu adaptado às necessidades de exposições internacionais, tornando a Pinacoteca do Estado um destino certo para grande parte das mostras que chegam a São Paulo. O projeto de reforma foi laureado com o Prêmio Mies van der Rohe para a América Latina aos três arquitetos.
Em 2003, a Pinacoteca do Estado passou a administrar também prédio onde funcionou, por mais de meio século, o DOPS (Departamento de Ordem e Política Social), no centro de São Paulo. Inaugurado em 1914, e projetado por Ramos de Azevedo para servir de armazém da Companhia Sorocabana, o prédio foi totalmente restaurado de acordo com projeto do arquiteto Haron Cohen. Hoje, denominado Estação Pinacoteca, o espaço de oito mil metros quadrados apresenta condições técnicas ideais para as atividades museológicas que comporta.
Fonte: pt.wikipedia.org
Fotos: cultura.sp.gov.br, pbase.com/alexuchoa,  commons.wikipedia.org, Adriana Paiva, Pedro Kok, cimitan.blogspot.com, santilli
Formatação e Pesquisa: Helio Rubiales