10 de jan. de 2010

PRESENÇA INDIGENA NO LITORAL DE SÃO VICENTE


Distribuição litorânea

Distribuição geral
Nos tempos da fundação da Vila de São Vicente, as mais nobres famílias tupis dominavam as terras que Martim Afonso de Sousa tomaria em nome do Rei de Portugal. Os tupis eram formados por diversos grupos indígenas, em especial tamoio, carijó, tupiniquim e biobeba. O maior orgulho para a maioria das tribos era a força de seus guerreiros, tanto que eram reconhecidos pelos portugueses por suas habilidades durante as batalhas.
Naquela época, os tamoios eram maioria em São Vicente e a convivência deles com os portugueses era pacífica. Tanto que despertou a atenção da Igreja Católica, que achava que o relacionamento com os índios era uma deformação moral na conduta dos colonizadores. Isso porque os primeiros colonos logo adotaram os usos e costumes indígenas, em especial a poligamia.
De acordo com os registros, nos primeiros tempos, só vinham da Europa homens solteiros ou casados que deixavam lá suas famílias. Depois de meses no mar, mantendo contato com a simplicidade da moral indígena, eles entregavam-se ao concubinato. A situação era preocupante e surpreendeu os jesuítas recém-chegados que, além da missão de catequizar os indígenas, também trabalharam para que os portugueses recuperassem sua condição de civilidade.
Mas nem todos os índios eram temidos pela Igreja. O Cacique Tibiriçá foi um forte aliado dos jesuítas e amigo dos portugueses. Chefe de uma grande nação indígena e sogro do português João Ramalho, que vivia em São Vicente desde 1493, ele comandou o desarmamento frente à esquadra de Martim Afonso de Sousa, garantindo a chegada tranqüila do fundador à nova terra.
João Ramalho , náufrago ou degredado que Martim Afonso de Souza já encontrou morando entre os índios quando chegou à São Vicente, havia desposado a filha de Tibiriçá, a Índia Bartira (Potira), estabelecendo assim relações de amizade não só com os Gainás ou Guaianases mas como também com os Tupiniquins da Costa de São Vicente.
Conta a história que, ao saber da aproximação das naus, Tibiriçá e o seu irmão Caiubi, reuniram 500 homens armados com arcos e flechas e preparados para o ataque. João Ramalho, reconhecendo que a expedição era portuguesa, intermediou as conversações entre os colonizadores e o sogro. Tibiriçá e Martim Afonso de Sousa negociaram a paz e recolheram as armas.
Pouco tempo depois, atendendo a um pedido dos jesuítas, Tibiriçá transferiu sua tribo para o que seria a vila de Santo André da Borda do Campo de Piratininga, local próximo ao Colégio de São Paulo, com o objetivo de garantir a segurança. O Cacique cumpriu sua promessa e deu outra prova de fidelidade e amizade aos colonizadores quando impediu, com bravura, um ataque à Vila de São Paulo de Piratininga, em 1562. Sob o seu comando, a tribo lutou e venceu os guaianá e carijó. Esse foi apenas um dos problemas enfrentados pela Igreja Católica em terras brasileiras.
Os índios Guianás ao que tudo indica, não praticavam o canibalismo ritualístico como seus irmãos Tupinambás no Litoral Norte e Tupiniquins no Litoral Sul de São Paulo (de São Vicente e Itanhaém até Cananéia). Ramalho e Bartira geraram muito filhos mamelucos, os quais são a origem dos primeiros Paulistas.
Fontes:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br
pt.wikipedia.org
Formatação e pesquisa:HRubiales