João Ramalho
VILA DE SANTO ANDRÉ DA BORDA DO CAMPO DE PIRATININGA
A faixa litorânea onde se encontrava a vila de S.Vicente era muito estreita pela presença da serra, não apresentava condições necessárias para o desenvolvimento de uma grande lavoura. Por sua vez ,o planalto deparava com sérios problemas representados pela serra do mar, uma verdadeira muralha entre o planalto e o litoral, que vinha a isolar a região de Piratininga, negando-lhe o acesso ao mar. O chamado caminho do mar apresentava inumeráveis dificuldades para transpô-la. Mesmo assim, os campos do planalto de Piratininga, já habitados por alguns colonos, logo atraíram os povoadores e colonizadores, o que tornou o planalto de Piratininga (peixe seco) uma exceção no tipo de colonização dos portugueses dos primeiros tempos, que se fixavam sobretudo no litoral. Colonizadores, entre eles João Ramalho, náufrago ou degredado que Martim Afonso de Souza encontrou quando chegou a São Vicente morando entre os índios desde 1493, partiram da Vila , percorrendo o vale do Cubatão ou o vale do Rio Mogí (nome mais antigo), chegaram num local que hoje se chama Vila de Paranapiacaba (de onde se avista o mar) - parte alta. Por lá, em local nunca encontrado, construíram um casario de taipa e pau-a-pique. Foi iniciada em 1550, quando o povoado começou a se organizar, encabeçada por João Ramalho fundaram no planalto uma povoação batizada com o nome de Santo André da Borda do Campo.
João Ramalho, estava casado com a índia Bartira (Potira), filha do cacique Tibiriçá dos índios Guaianás ou Gainases, da mesma família Tupi.
A oficialização e elevação a categoria de vila deu-se em 8 de abril de 1553, após autorização de Martim Afonso de Sousa, quando foi erguido o pelourinho. João Ramalho foi capitão, alcaide e vereador. O rei João III de Portugal o nomeou Guarda-mor das terras altas de Piratininga, título entregue por Martim Afonso de Sousa, quando foi recebido por Ramalho no planalto.